Parada, 2007

Trabalho realizado ao longo da residência Laboratório Hotel (organizada pelo grupo Hóspede, ocorrida no Largo da Batata, SP, março a junho, 2007, apoio Programa de Ação Cultural – PAC nº 13, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo).


O Largo da Batata fazia parte do meu trajeto cotidiano. Havia uma grande quantidade de comércio, principalmente por causa do terminal de ônibus – muita gente saltava ali para pegar outro ônibus para a periferia da Zona Oeste ou para o centro. Uma maré de carros e ônibus, máquinas e pessoas, enchendo e esvaziando as ruas, chegando e partindo…
Eu gastava, diariamente, algumas horas no trânsito, ele integrava minha experiência cotidiana; eu olhava a cidade através da janela do ônibus.
Comecei a filmar e a fotografar aquilo que eu observava nessas viagens. Esses registros foram elaborados de modo simples, com uma câmera fotográfica portátil apoiada no caixilho da janela do ônibus, apontada para rua. O ônibus passava a ser, então, um acessório da câmera. A combinação ônibus-câmera determinava as condições do registro.
Queria registrar esse olhar ordinário, submetido às necessidades e aos acasos. O material funcionava como anotações, uma espécie de desenho de observação automático da cidade.

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